A obra estendeu-se por 200 anos. Além dos tijolos, alguns pesando 12 quilos, a fortificação foi ornamentada com pedras que exigem oito pessoas para carregá-las. A sua construção é um feito de engenharia - a muralha estende-se em trechos íngremes de até 70 graus de inclinação, com largura variando de 4,5 a 9 metros.A altura média dos paredões é de 7,5 metros, e a sua extensão é de
A Grande Muralha da China em Ruínas
A Grande Muralha da China resistiu durante 2.000 anos ao assédio dos guerreiros nómadas, mas parece incapaz de sobreviver ao assédio dos bárbaros modernos.
O clima de vale-tudo que dá o tom do acelerado crescimento econômico do país e o desinteresse das autoridades chinesas pela preservação do patrimônio histórico contribui para acelerar a destruição da fortificação, considerada a maior obra já feita pelo homem. Dois terços da construção já viraram ruína. Uma parte considerável foi tragada pela areia do Deserto de Gobi.
Outra foi depredada por camponeses, que usam as pedras cortadas há mil anos como material de construção. A situação é igualmente preocupante nos trechos mais conservados, situados em cidades próximas a Pequim. Eles foram transformados em atracção turística e são administrados como se fossem parques de diversões.
Em Badaling, a muralha divide a paisagem com uma loja de bugigangas e uma antena de recepção de celulares. Em Mutianyu, é possível subir ao ponto mais alto da construção a bordo de um teleférico e descer num tobogã. Em Huanghuacheng, uma torre de 500 anos abriga uma lanchonete. Pichações e lixo estão em toda parte. A degradação é tão evidente que chamou a atenção de preservacionistas estrangeiros.
O inglês William Lindesay, autor de vários livros sobre a fortificação, criou uma fundação em Pequim dedicada a buscar apoio no Ocidente para sua preservação. A Grande Muralha já entrou na lista dos 100 monumentos mais ameaçados do mundo, preparada por uma ONG nova-iorquina. A indicação representa uma pressão a mais sobre o governo chinês.
No passado, a construção viveu longos períodos de descaso das autoridades. A decisão de transformar a muralha numa atracção turística, sem respeitar normas mínimas para protegê-la, ajudou a deteriorar os trechos mais conservados. Os preservacionistas lutam agora para que trechos selvagens do interior permaneçam inacessíveis.
De acordo com a agência estatal de notícias Xinhua, o segmento da muralha foi encontrado no noroeste do país, na região de Ningxia, que era uma área muito importante para a defesa da fronteira da China imperial. A parte perdida da muralha se estende por cerca de 80 quilómetros pelo sul da montanha Helan, a cerca de
Outras partes da Grande Muralha – um património histórico da China e do mundo - foram descobertas no passado em partes remotas do país. A recém-descoberta parte da muralha foi construída em 1531 em uma linha sinuosa.
Três torres de vigilância foram construídas em 1540. Mas as areias que cruzam aquela parte mais árida do país gradualmente cobriram esta parte. O segmento descoberto tem sete metros de altura e seis metros e meio de largura na base. Segundo a agência de notícias Xinhua, uma das torres de vigilância se encontra em bom estado de conservação. Partes da muralha foram construídas em Ningxia no período entre 475-221 A.C.
Muitas pessoas associam a muralha apenas com a parte norte de Pequim, a parte mais popular da muralha entre os turistas. No entanto, a Grande Muralha se estende por mais de 7 mil quilômetros pelo norte da China, da província de Gansu no oeste até a passagem de Shanhaiguan, perto da baía de Bohai, no leste do país.
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