segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Lendas

Pan Gu abriu o céu e a terra

O mundo veio de uma bola cósmica, envolta em trevas, flutuando no universo. Dentro da bola, havia um espírito. O espírito foi-se desenvolvendo em silêncio, no seu interior, ninguém sabe por quantos anos, até que finalmente esse novo espírito, chamado Pan Gu, nasceu. Pan Gu vivia dentro da bola, com os olhos meio fechados, absorvendo a nutrição da bola, dormindo tranquilamente.

Milhões de anos se passaram assim, Pan Gu cresceu e virou um gigante. Um dia, ele abriu totalmente os olhos. Mas porque se encontrava em total escuridão, Pan Gu não conseguiu ver nada. Ele pensou que o negrume em frente dos olhos fosse por que ele não tivesse acordado totalmente; limpou os olhos, mas mesmo assim não via nada. Limpou várias vezes os olhos, mas em frente dele existia somente uma escuridão sem fim. Ele ficou bravo, pulando e gritando, pedindo pela luz, batendo na bola para quebrar o mundo escuro.

Pan Gu ficava pulando e gritando, ninguém sabe por quantos anos; finalmente, seus gritos e todo o barulho que fez atravessaram a bola e chegaram aos ouvidos do Imperador de Jade no céu. Ao ouvir o barulho, o Imperador de Jade ficou muito feliz. Ele pegou um machado que tinha ao seu lado, e o jogou dentro da bola para Pan Gu.

Pan Gu, pulando e gritando, de repente, viu um fio de luz quando o machado atravessou a bola. Ficando surpreendido, ele alcançou a mão para tocar a luz. Ao mesmo tempo, o machado chegou e caiu na sua mão. Sentindo que alguma coisa tinha caído na mão, ele deu uma olhada: era um machado. Mesmo não sabendo de onde veio o machado, ele ficou muito feliz e decidiu quebrar a escuridão com o machado.

Com a primeira machadada, Pan Gu ouviu um barulho enorme, tão forte que pareceu quebrar tudo. Uma racha apareceu na bola, e uma luz brilhante veio de fora. Ele ficou tão alegre que por momentos, se deteve, exclamando sua emoção. Mas subitamente, viu que a racha ia-se fechando e a luz sumindo. Ele jogou o machado no chão e empurrou a parte de cima da bola para manter a racha, e a luz.

Sabendo que, se desistisse, a bola fecharia de novo e ele perderia a luz, Pan Gu ficou sustentando a parte de cima com muita força. As juntas dos seus ossos começaram a estalar, Pan Gu estava crescendo. Todos os dias, ele crescia um Zhang (medida chinesa, 1 Zhang = 3 metros), e a racha aumentava um Zhang. Muitos anos se passaram, Pan Gu chegou à altura de 18 milhas de Zhang, o mesmo acontecendo com a racha.

Ao ver que os dois lados da racha ficaram suficientemente afastados um do outro, não podendo mais fechar, Pan Gu sentiu-se aliviado, e começou a dar uma olhada ao redor dele: a escuridão em cima tinha virado o céu, mudando a cor para azul claro; a escuridão, em baixo, mudou para terra grossa, de cor amarela. Olhando para o céu azul claro, tão grande que parecia não ter fim, e a terra amarela, grossa e ampla, Pan Gu sentiu-se muito alegre: a escuridão tinha-se retirado e a terra estava coberta pela claridade. Ele começou a rir.

Ele riu tanto que, de repente, teve um colapso e seu grande corpo caiu no chão. Pan Gu havia morrido. Mas, na verdade, ele não morreu. Seu corpo brilhou e as partes da sua essência física começaram a se transformar.

O seu olho esquerdo voou para o leste do céu, e virou o sol brilhante que ilumina tudo. O seu olho direito voou para o oeste do céu e virou a lua terna. A sua respiração transformou-se no vento da primavera que acorda a Vida e nas nuvens que flutuam no céu; a sua voz, no raio que ilumina as nuvens escuras com um trovão ensurdecedor. Seus cabelos e barba voaram em todos os sentidos e viraram florestas densas, ervas prósperas e flores coloridas. Seu suor atingiu o céu e virou estrelas brilhantes. Seus braços e pernas se estenderam e formaram montanhas. Suas veias tornaram-se caminhos serpenteando a terra, onde seu sangue fluiu, formando os rios. Seus dentes e ossos se espalharam e viraram metais brilhantes; jades brancos, pérolas cintilantes, ágatas lindas e tesouros abundantes. Da sua saliva, surgiu a chuva que humedece a terra. O que restava da vida em seu espírito virou lentamente em bichos, peixes, pássaros e insectos, e trouxe vitalidade para o mundo.

Usando seu corpo e seu espírito, Pan Gu criou o mundo.

Nü Wa criou os humanos

Nü Wa é uma deusa que nasceu da terra.

Um dia, ela estava andando no campo, e olhou para as montanhas onduladas, os rios correntes, as florestas densas; viu que os pássaros estavam cantando e voando no céu, os peixes estavam brincando na água, os insetos estavam pulando na grama, o mundo era lindo. Mas Nü Wa se sentia muito sozinha e infeliz, nem ela sabia porquê.

Ela exprimiu sua solidão para as montanhas e as florestas, mas elas não a entenderam; ela contou seus pensamentos para os bichos e pássaros, mas eles não a entenderam. Sentando-se na beira de um lago e olhando para sua sombra na água, Nü Wa sentiu-se muito desapontada.

Uma brisa ligeira passou, uma folha caiu na água e causou ondulações leves, a sombra de Nü Wa ficou oscilando na água. De repente, Nü Wa percebeu que lhe faltavam vidas iguais como ela.

Pensando nisso, ela pegou um pouco de lama amarela na beira do lago, amassou-a, e formou uma figura semelhante à sua sombra na água. Era uma figura pequena, com uma cara parecida, tendo duas mãos e dois pés. Quando ela colocou a figura no chão, a figura ganhou vida. Nü Wa ficou muito feliz, ela continuou fazendo muitas figuras, e chamou-lhes "humanos", creando homens como mulheres.

Porque os humanos foram criados simulando a aparência da deusa, eles receberam disposições e comportamentos diferentes de outras vidas. Eles sabiam falar a mesma língua de Nü Wa. Eles conversaram com ela, aplaudiram ao redor dela, e depois, saíram do seu lado e se espalharam.

O coração solitário de Nü Wa ficou muito feliz. Ela ficou com vontade de tornar o mundo mais animado com muitos humanos. Então, continuou trabalhando em fazer figuras. Mas o mundo era tão grande. Mesmo trabalhando muito até ter os dedos entorpecidos, o mundo ainda continuava muito vazio. Pensando que assim não adiantava muito, Nü Wa pegou uma vinha de uma árvore, molhou-a com lama e jogou-a no chão. As gotas de lama bateram no chão, e viraram em figuras parecidas que as que Nü Wa fez à mão. Nü Wa ficou jogando a vinha e espalhou os humanos para todos os lugares do mundo.

Depois de criar bastantes humanos, Nü Wa ficou contente. Ela decidiu fazer uma pausa e passear um pouco para ver como as pessoas viviam.

Um dia, ela chegou num local e descobriu que havia pouca gente ali. Ela achou isso muito estranho e ficou procurando. Aí, descobriu que muita gente estava deitada no chão, sem movimento algum. Ela chegou a tocar nos corpos, mas nada aconteceu: foram as primeiras pessoas que Nü Wa criou, estavam agora com cabelos brancos e tinham morrido.

Ao ver isso, Nü Wa ficou muito preocupada: ela tinha trabalhado tanto, mas as pessoas envelheciam e acabavam por morrer. Se ela quisesse um mundo com pessoas, ela teria de criar humanos sem parar.

Então, dirigiu-se ao templo de Pan Gu, e pediu ao deus para que ela pudesse ser a casamenteira dos humanos. Ela recebeu essa permissão e aí mandou os homens e mulheres reproduzirem-se entre si, para terem descendência. Porque os humanos são criaturas geradas à imagem da deusa, sendo diferenciados dos bichos, Nü Wa criou também o sistema de casamento para eles.

E Nü Wa, tendo criado a raça humana, tornou-se também sua casamenteira, como forma de perpetuar os seres humanos na Terra.


Lendas chinesas sobre a origem do mundo

Na China, a criação explica-se através do yin e do yang, energias que se fundem para criar o Universo.

O yang é uma energia masculina, ativa, clara e ímpar; o yin é considerado o princípio feminino, em repouso, escuro e par. São representados pelas metades preta e branca de um círculo e constituem todos os aspetos da vida. No Universo, estas energias podem estar em expansão e diluírem-se, ou, pelo contrário, aproximarem-se e concentrarem-se. São simbolizadas por dois traços: contínuo para o yang, descontínuo para o yin.

Ao longo do tempo, muitas histórias e lendas foram sendo contadas em redor desse conceito, profundamente enraizado na cultura chinesa.

Existem dois tipos de lendas sobre a origem do mundo:
- sobre a abertura do céu e da terra, e a formação do mundo e todas as coisas;
- sobre a origem dos humanos, incluindo a origem das etnias.

As lendas sobre a abertura do céu (Yang) e da terra (Yin) são divididas em três tipos:
- um ou vários deuses criaram o mundo;
- um gigante que se transforma em todas as coisas do mundo;
- o mundo nascendo da transformação da natureza.

Diversas etnias têm suas lendas sobre a origem do mundo. Na mitologia Han, é um gigante chamado Pan Gu quem cria o mundo. Depois, surgem os primeiros senhores do Céu e da Terra, cada um dando o seu contributo ao Homem. Os principais são:

- Nü Wa (Mãe da Humanidade), deusa que criou o homem e as regras de casamento.

- Fu Hsi (ou Pao Hsi) (Pai da Escrita), mítico primeiro imperador da China. É reputado por ser o inventor da escrita, da pesca e da caça.

- Shen Nong (ou Tian Zu) (Divino Lavrador), a lenda diz que o deus Jiang Shen Nong foi imperador na antiguidade. Inventou a agricultura e a medicina. É normalmente representado por dois cornos, que simbolizam a sabedoria.

Mais tarde, surge na mitologia chinesa o Imperador de Jade, chamado também de "Imperador do Céu", que é o deus mais supremo no budismo e no taoismo, e tem controle sobre todos os deuses dos três mundos: o mundo humano, o mundo celestial e o mundo subterrâneo.

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Tradições

Casamento chinês

Diferente do costume que predomina por aqui, no casamento chinês a parte religiosa é um acontecimento inteiramente privado o noivo vai até a casa da noiva, e lá eles rezam e agradecem a seus pais e antepassados, muito valorizados pela cultura chinesa.

Na recepção, que em geral acontece em um restaurante, a noiva entra vestida de branco. “Também há troca de alianças, brinde, o corte do bolo, alguns elementos ocidentais que foram absorvidos. Para receber os cumprimentos, ela veste o tipal, um vestido vermelho tradicional. “Algumas noivas mais tradicionais usam só esse traje, e fazem o ritual antigo em que a noiva fica coberta por um pano vermelho, e é descoberta pelo noivo, e este ato representa o casamento. Mas isso hoje é muito raro, não acontece em nem um em dez casamentos que organizo.” O vermelho predomina na decoração dos casamentos, por representar força e prosperidade. Um papel de destaque análogo ao do padrinho é atribuído à pessoa que apresentou o casal. Assim como os noivos, essa pessoa é identificada por uma fita, semelhante a uma condecoração, onde está escrito seu papel no casamento, como se fosse um crachá.

Willian conta que a parte da celebração a que os chineses dão mais importância é o banquete, e é nisso que mais se investe “É essencial servir bem os convidados, oferecer comida boa. Na mesa de casamento não se economiza, se serve o que há de melhor.” O farto jantar do casamento chinês pode ter até 12 pratos, com variedade de entradas, sopas, sobremesas e pratos quentes, que muitas vezes incluem iguarias finas e caras como lagosta ou barbatana de tubarão.

Na tradição chinesa os convidados não dão presentes, mas sim dinheiro, oferecido em envelopes vermelhos. “Na entrada da recepção há um livro de assinaturas, onde constam também os valores dados, por isso os convidados ficam sem graça de deixar pouco”, diverte-se Willian. “Às vezes o casal recebe mais do que o custo de toda a festa”.



Ano Novo

Para a maioria das nações, o Ano Novo é comemorado na virada do dia 31 de Dezembro para o dia 01 de Janeiro, segundo o calendário gregoriano. Já na China, o Ano Novo é comemorado segundo o calendário lunar. Esse período é um dos mais importantes para a sociedade chinesa, pois eles fazem uma pausa no trabalho para festejar com a família. Os primeiros registos sobre a comemoração do Ano Novo Chinês têm aproximadamente 2.000 anos. Essa tradição foi sendo moldada através de lendas, histórias e hábitos. O rito de passagem de ano tem início semanas antes, os chineses costumam limpar seus lares para afastar os maus espíritos.
No 23º dia do último mês lunar, eles oferecem comida ao Deus da Cozinha, que segundo eles é o responsável pela prosperidade familiar. Também costumam colar nas portas e janelas das casas papéis vermelhos com dizeres de bom agouro em dourado, os Tao Fu, para atrair bons fluídos e proteger quem mora ali. O vermelho e o dourado são as cores oficiais da data, segundo os chineses elas são responsáveis por trazer boa sorte àqueles que as usam, principalmente em roupas novas. Assim como na comemoração ocidental do Ano Novo, os chineses consumam reunir-se em família e produzirem uma mesa farta na noite da véspera do Ano Novo Chinês.


Quando o relógio marca meia-noite, todos comem um bolinho chinês cozido (conhecido pelos ocidentais como guioza). Os mais velhos presenteiam os mais jovens e solteiros com dinheiro, cuja entrega é feita dentro de um envelope vermelho, que por superstição não deve ser aberto na frente de quem presenteia. Logo depois se inicia a queima de fogos, jogos e brincadeiras, o festejo só termina ao amanhecer do novo ano. Tradicionalmente, no primeiro dia do ano, as pessoas dedicam-se a visitar parentes e amigos. A comemoração só termina no 15º dia do mês, quando acontece a Festa das Lanternas. Cada ano é dedicado a um animal do signo chinês, 2008 é o ano do rato.

Moda


Veste imperial chinesa

A veste imperial chinesa, chamada "veste do dragão", é um estilo de roupa tradicional e específico da China antiga. Sobre a origem desta veste, já não tem como saber. Em afrescos antigos da Dinastia de Xia do Oeste (século XI a. C. - 770 a. C.), há cenários em que o imperador usa a veste imperial; em túmulos do Reino Liao (916 - 1125) encontraram também vestes de dragão. Até na Dinastia Zhou (Século 11 a. C. - 221 a.C.), houve regulamentos de vestido para todas as classes e isso foi incluído na etiqueta. Segundo as descobertas, a veste do dragão mais antiga usava o desenho redondo do dragão; e esta veste provavelmente não era um privilégio do imperador, em vez disso, todos os nobres da classe mais alta podiam usá-la.

Cores e os 12 desenhos tradicionais

As cores

As cores amarelo claro e azul escuro da veste imperial chinesa têm o seguinte significado: a cor amarelo claro representa a terra amarela, e a cor azul escuro significa o céu azul.

Os 12 desenhos tradicionais e seus significados:

  • O sol, a lua e as estrelas foram escolhidos por causa da claridade deles;
  • O dragão se representa com o seu espírito, que significa que o imperador é inteligente e criativo;
  • As montanhas são bem calmas, que representam que o imperador pode acalmar tudo;
  • Hua Chong, um pássaro parecido com a Fénix, que representa o talento na literatura e significa que o imperador é erudito;
  • Zong Yi, um aparelho usado em sacrifício, que tem desenhos dum tigre e duma cobra;
  • Que representa a lealdade e a devoção do imperador;
  • A alga dá o sentido de ser limpo e impecável;
  • O fogo representa a luz;
  • O arroz dá o sentido de ser branco e alimenta pessoas;
  • Fu, um tipo de machado, é bordado em branco e preto, significa que o imperador é decidido;

Fu, são dois arcos pretos e azul, que significa que o imperador sabe distinguir entre o bem e o mal.

Estes desenhos começaram a aparecer na veste imperial na Dinastia Zhou (Século 11 a.C. - 221 a.C.). Mais tarde, eles se tornaram desenhos especiais para vestes imperiais, e permaneceram durante todas as dinastias. Eram verdadeiros símbolos do poder imperial na China antiga. Os símbolos do dragão e da Fénix viraram depois símbolos privilegiados do imperador e da imperatriz.

Muralha da China

A obra estendeu-se por 200 anos. Além dos tijolos, alguns pesando 12 quilos, a fortificação foi ornamentada com pedras que exigem oito pessoas para carregá-las. A sua construção é um feito de engenharia - a muralha estende-se em trechos íngremes de até 70 graus de inclinação, com largura variando de 4,5 a 9 metros.A altura média dos paredões é de 7,5 metros, e a sua extensão é de 7,300 km.

A Grande Muralha da China em Ruínas

A Grande Muralha da China resistiu durante 2.000 anos ao assédio dos guerreiros nómadas, mas parece incapaz de sobreviver ao assédio dos bárbaros modernos.

O clima de vale-tudo que dá o tom do acelerado crescimento econômico do país e o desinteresse das autoridades chinesas pela preservação do patrimônio histórico contribui para acelerar a destruição da fortificação, considerada a maior obra já feita pelo homem. Dois terços da construção já viraram ruína. Uma parte considerável foi tragada pela areia do Deserto de Gobi.

Outra foi depredada por camponeses, que usam as pedras cortadas há mil anos como material de construção. A situação é igualmente preocupante nos trechos mais conservados, situados em cidades próximas a Pequim. Eles foram transformados em atracção turística e são administrados como se fossem parques de diversões.

Em Badaling, a muralha divide a paisagem com uma loja de bugigangas e uma antena de recepção de celulares. Em Mutianyu, é possível subir ao ponto mais alto da construção a bordo de um teleférico e descer num tobogã. Em Huanghuacheng, uma torre de 500 anos abriga uma lanchonete. Pichações e lixo estão em toda parte. A degradação é tão evidente que chamou a atenção de preservacionistas estrangeiros.

O inglês William Lindesay, autor de vários livros sobre a fortificação, criou uma fundação em Pequim dedicada a buscar apoio no Ocidente para sua preservação. A Grande Muralha já entrou na lista dos 100 monumentos mais ameaçados do mundo, preparada por uma ONG nova-iorquina. A indicação representa uma pressão a mais sobre o governo chinês.

No passado, a construção viveu longos períodos de descaso das autoridades. A decisão de transformar a muralha numa atracção turística, sem respeitar normas mínimas para protegê-la, ajudou a deteriorar os trechos mais conservados. Os preservacionistas lutam agora para que trechos selvagens do interior permaneçam inacessíveis.

De acordo com a agência estatal de notícias Xinhua, o segmento da muralha foi encontrado no noroeste do país, na região de Ningxia, que era uma área muito importante para a defesa da fronteira da China imperial. A parte perdida da muralha se estende por cerca de 80 quilómetros pelo sul da montanha Helan, a cerca de 40 quilómetros de Yinchuan, capital da província de Ningxia.

Outras partes da Grande Muralha – um património histórico da China e do mundo - foram descobertas no passado em partes remotas do país. A recém-descoberta parte da muralha foi construída em 1531 em uma linha sinuosa.

Três torres de vigilância foram construídas em 1540. Mas as areias que cruzam aquela parte mais árida do país gradualmente cobriram esta parte. O segmento descoberto tem sete metros de altura e seis metros e meio de largura na base. Segundo a agência de notícias Xinhua, uma das torres de vigilância se encontra em bom estado de conservação. Partes da muralha foram construídas em Ningxia no período entre 475-221 A.C.

Muitas pessoas associam a muralha apenas com a parte norte de Pequim, a parte mais popular da muralha entre os turistas. No entanto, a Grande Muralha se estende por mais de 7 mil quilômetros pelo norte da China, da província de Gansu no oeste até a passagem de Shanhaiguan, perto da baía de Bohai, no leste do país.


História

A República Popular da China situa-se na parte leste da Ásia. A China, terceiro maior país do mundo depois da União Soviética e do Canadá.

Dois terços da China são montanhosos ou semidesérticos. A sua parte oriental é formada por férteis planícies e deltas. Há ilhas, sendo que a maior delas é Hainan, na costa meridional. Os rios principais são: Amarelo, Amur e Yu.

A China tem uma área de 9.596.961 Km2 e uma população superior a 1.300.000.000 de habitantes. A sua capital é Pequim. As cidades principais são: Xangai, Pequim, Tientsin, Luta, Shenyang, Cantão, Wuhan, Harbin, Sain.

A agricultura é a base da economia. Os chineses plantam arroz, trigo, cevada, soja, painço, algodão, chá e tabaco. Há também grandes reservas de carvão, ferro, cobre, chumbo e outros minerais.

A história da China tem mais de quatro mil anos. Ela teve uma das civilizações mais velhas do mundo e, durante a Idade Média, a ciência e as artes chinesas eram mais avançadas do que as europeias. Os chineses in­ventaram o papel, a impressão, a pólvora, e tinham grande talento para a poesia, pintura, teatro e cerâmica. Depois, a sua grandeza caiu, e por muitos anos sofreu a pobreza, as revoluções e as guerras.

China Antiga

A História da China está registada em documentos que datam do século XVI a.C. em diante e que demonstram ser aquele país uma das civilizações mais antigas do mundo com existência contínua. Os estudiosos entendem que a civilização chinesa surgiu em cidades-estado no vale do rio Amarelo. O ano 221 a.C. costuma ser referido como o momento em que a China foi unificada na forma de um grande reino ou império. As dinastias sucessivas desenvolveram sistemas de controlo burocrático que permitiriam ao Imperador chinês administrar o vasto território que viria a ser conhecido como a China.

A fundação do que hoje se chama a civilização chinesa é marcada pela imposição forçada de um sistema de escrita comum, pela dinastia Qin no século III a.C., e pelo desenvolvimento de uma ideologia estatal baseada no confucionismo, no século II a.C. Politicamente, a China, ao que parece, alternou períodos de unidade e fragmentação, sendo conquistada por vezes por potências externas, algumas das quais terminaram assimiladas pela população chinesa. Influências culturais e políticas de diversas partes da Ásia, levadas por ondas sucessivas de imigrantes, fundiram-se para criar a imagem da actual cultura chinesa.